Conto coletivo

  Bom, essa coisa aqui acabou sem um final, mas vou deixar aqui assim mesmo. Ainda acho que era uma ideia legal, tanto é que foi um pouco longe, se for ver. Talvez um dia eu volte com o Conto Coletivo, mas com um GRUPO FECHADO e ORGANIZADO. Mas, como eu disse, é TALVEZ UM DIA; não significa que vou fazer. Ta aê


  Quem já acompanha o blog há algum tempo - ou nem tanto tempo assim - já está familiarizado com o "Conto Coletivo". Uma narrativa construída a partir de pequenos textos, postados por pessoas diferentes, que escrevem de formas diferentes e tem pensamentos diferentes. Cada um com o seu estilo e seu ponto de vista narrando uma mesma história, que é construída com a participação de todos. 
  Personagens e cenários são formados aos poucos, a partir da visão que cada um tem deles. Qualquer um pode participar sem se preocupar com o que os outros acharão, levando a história para onde bem entender. Acho que isso é o mais legal de tudo: todos tem liberdade para fazer o que bem entendem.
  Os textos, em início, eram apresentados nos comentários do pots "Conto Coletivo?". Houve uma pequena mudança, e agora eles deverão ser postados nos comentários desta página. Fica muito mais simples, não?
  Participe também dessa aventura! Será uma grande contribuição à todos nós que já escrevemos por aqui. Muito obrigado pela sua atenção, e não deixe de postar!
  Aqui vão os textos já publicados...








POSTADO POR - Márcio R. J. de Carvalho. - 9 de fevereiro de 2011



Era a última tarde do mês que precedia o inverno. A brisa estava tão fria que meus pulmões precisavam trabalhar mais que o normal na ação tão simples que é caminhar. E eu caminhava. Desde a primeira hora da manhã. As nuvens se formavam escuras, eu continuava caminhando. Ficou para trás há semanas a derradeira vez que vi um rosto humano. Minhas dúvidas continuavam atormentando meus objetivos. Tudo leva a crer que estou no caminho certo: o mapa, a bússola, a demarcação da rota segura, os conselhos da sacerdotisa, e, o mais importante, o punhal que herdei por ter realizado um grande feito. Continuo caminhando. Não posso deixar de encarar o meu destino, meus objetivos se confundem com os próprios desígnios da natureza. Não há nada que possa sequer atrasar minha jornada. A não ser...



POSTADO POR - Luke Mira - 9 de fevereiro de 2011
...uma tempestade. Não era nem um pouco impressionante uma tempestade chegar, com o inverno tão proximo e as nuvens escurecendo o belo céu.
Apesar de não desejar parar devido a importância de minha tarefa e tambem devido ao tempo que se esgotava, era necessário, afinal, eu ainda possuia alguns dias, e ficar doente atrasaria a viagem mais do que apenas uma noite.Procurei algum local no qual pudesse descansar sem me molhar - caso contrario, seria melhor seguir viajando - porem tardei a encontrar tal lugar. Após ja estar gripado de tanto vasculhar os campos - que estavam vazios e devastados após a guerra - acabei encontrando uma pequena caverna, em uma colina. Perfeito! Seria um local seguro para passar a noite, caso não existam animais grandes demais para eu matar. Porem, quando comecei a me aproximar da tal caverna, notei algo inesperado. Apesar de todas as vilas estarem devastadas, havia um doce odor vindo de dentro daquela caverna, era cheiro de...




3 comentários:

  1. Atravessar a cidade seria um sacrifício que teríamos de fazer. Apenas alguns metros depois dos portões, já estávamos nos perguntando como as pessoas conseguiam suportar aquele cheiro terrível, que vinha de todas as partes. A morte estava em todo lugar. A entrada da cidade comportava apenas algumas casas menores e mais simples: provavelmente todos os seus habitantes já tinham sido mortos há tempos; a região era completamente deserta. Quase tudo estava coberto de sangue... O chão era repleto de armas, todas tingidas de vermelho. Conforme fomos avançando, o cheiro de morte aumentava; agora já víamos os montes de cadáveres empilhados pelas ruas. Nenhuma alma viva sequer... Apenas alguns gritos, ao longe, indicavam que alguém sofria, em vida. De repente, o que ouvíamos quase não ouvíamos, agora estava mais perto do que nunca. Não tive coragem de olhar para trás, apenas ouvi Belgriim pronunciar algumas palavras que não pude entender e...

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  2. – Os prisioneiros! É preciso libertá-los! – Era o que dizia Belgriim disparando em direção a um prédio distante da praça central. Corri ao seu encontro. Fomos chocados por uma cena aterrorizante: ao menos uma dúzia de pessoas – esqueléticas e mutiladas – abrigava um pequeno cômodo farto de imundice. Abrimos as portas: dispararam como animais evadindo de um abatedouro. E, de fato, era disso que se tratava. Uns corriam, outros, incapazes de fazê-lo, eram ajudados. Não tivemos tempo de falar com ninguém, devido à força da fuga. Eram como água que vaza de uma barragem que se tenta bloquear com as mãos. Entramos naquela recâmara duvidosos de encontrar qualquer pista. Grande foi minha surpresa quando olhei pela pequena janela – que, em tempos remotos, deveria servir para penetração da luz – e pude ver uma criatura indeterminada, dado estado avançado de sua definhação. Aquilo que parecia um homem de pernas amputadas agarrou-se ao estribo de um cavalo e partiu, sendo arrastado por uma trilha que penetrava na floresta. – Cavalos, Belgriim, como é possível?! Eles não estão extintos? – Belgriim, alarmado, respondeu – É o que parece. Mas o que me põe de pelos em pé é quere saber como gente tão bárbara, capaz de alimentar-se de seus semelhantes, pode manter cuidados com tais animais –. Ao chegarmos às cocheiras encontramos quatro belos cavalos. O cocho estava forrado, como se alguém tivesse servido o pasto há pouco. Eram belos animais. Tomei pra mim uma bela égua de pernas fortes e porte altivo, castanha como as manhãs escuras destes tempos. Em seu pescoço havia uma pequena placa feita de ossos que trazia seu nome inscrito: Évorat. Perguntei a Belgriim se escolhera sua montaria, ao que me respondeu – Na verdade, fui escolhido. Tárribor é seu nome – respondeu-me o elfo. Tárribor era cinzento e trazia manchas azuladas espalhadas por todo o corpo. Pensamos nos assunto e ponderamos que era necessário levar mais um cavalo, montaria para o Restaurador, mesmo na dúvida de que talvez, diante de tanto poder, o mago não precisasse de montaria. Escolhemos um cavalo baixo, mas muito robusto, de pelo marrom e crina negra. Sem mais nenhum susto ou surpresa, percebemos que não estávamos sozinhos naqueles estábulos. Surgiu de um monte de feno uma pequena criança de uns dez anos. Assustada, cabelos entrelaçados de qualquer modo, rosto magro e mãos fortes, agarrou-se às pernas de Évorat e começou a chorar. Em sua cintura estava preso um grande martelo para reparar cravos e ferraduras. Como os cavalos, trazia uma placa de osso – proporcional ao seu tamanho – presa ao pescoço, onde era possível ler seu nome seguido de uma advertência: VANCA: NÃO DEVE SER TOCADA. O resumo deste encontro é o seguinte: Em nossa precária comunicação – Vanca não podia falar, pois sua língua fora amputada desde o nascimento – entendemos que não havia mais ninguém na vila além dos últimos que soltamos e alguns que partiram para uma caçada. Os demais acabaram por matarem-se uns aos outros. Vanca sobreviveu pelo decreto de ser intocada. A sorte da menina se deu pelo fato de ser a última pessoa naquela vila que tinha algum conhecimento sobre animais – exterminados da cidade há muito tempo, abatidos de forma indiscriminada, independente da espécie. Ao esgotar-se a carne animal, os mais fortes começaram a contemplar a possibilidade de assassinar os mais fracos. Não tardou para o plano ser colocado em prática. Esses cavalos, pelo que pudemos entender, chegaram à cidade há pelo menos quatro ciclos lunares. Seus donos encontraram a sorte ingrata de participar de um grande banquete, mas como repasto. Os cavalos foram guardados pelo fascínio dos bárbaros que há muito não se lembravam de como era aquelas criaturas. O estranho é que os bárbaros, ao partirem na noite anterior à nossa chegada, foram caçar em marcha. Dadas estas explicações, resolvemos que – para sua proteção– levaríamos Vanca conosco. Assim, partimos para as montanhas e nenhum dos quatro cavalos ficou para trás.

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  3. Cavalgaram por um sexto de dia. Vanca foi montada em Évorat, pois a criança se mostrou totalmente afeiçoada ao animal. Solipseia, por sua vez, assumiu as rédeas de um grande cavalo negro chamado Trinor. Seus cascos eram jovens e sua pisada leve e rápida. Enquanto avançavam em direção às montanhas, Vanca se mostrava uma exímia telepata. Os entendimentos fluíam naturalmente. Contudo, uma voz interior dizia a Solipseia para não dar tanto espaço em seus pensamentos. Ainda não sabia se Vanca era apenas uma telepata passiva. O fato de ela ter sobrevivido à loucura da cidade de Herillor fazia com que Solipseia não depositasse tanta confiança na menina. Belgriim, sempre em sua tranquilidade alerta, parecia não confiar ou desconfiar de Vanca. Sua calma serena demonstrava que nada poderia abalar sua confiança. De qualquer maneira, Vanca nunca poderia penetrar na cabeça de Belgriim, não havia poder que pudesse fazer isto a um elfo. - "Estamos chegando, atenção", disse Solipseia. - "fiquem atentos!". Ao se aproximarem da base da montanha, puderam observar que um dos homens de Herillor fazia guarda à entrada da caverna. Solipseia pensou rapidamente nas possibilidades: "1) Isso é uma armadilha e Vanca nos trouxe direto a ela a) por querer, b) sem saber do que se tratava; 2) O restaurador deve tributos aos homens de Herillor; 3) Os homens de Herillor é que devem tributo ao restaurador; 4) Vanca disse a verdade: os homens de Herillor sairam à caça e o Restaurador é a presa do dia; 5) Ela mesma estava errada em todas as alternativas e o imprevisto esperava a todos." Após apenas um segundo de reflexão, Solipseia viu que a opção certa era a número...

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